A NECESSIDADE DA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
- Aborto Contraditório
- 7 de jun. de 2018
- 2 min de leitura
A condição política do Brasil mostra que estamos longe de tornar o aborto legal. Mais da metade do Congresso e até nosso presidente são pessoas conservadores e altamente religiosas, capazes de contorcer as leis ao seu favor. Porém, dados revelam cerca de 1 milhão de abortos clandestinos são realizados no Brasil anualmente, segundo a Organização Mundial de Saúde e apenas o Sistema Único de Saúde ( SUS ) realiza mais de 250 mil cirurgias anuais de curetagem decorrentes do aborto.
Podemos dizer que esses números são ainda maiores já que tal prática é considerada crime no Brasil e as mulheres têm certo receio de expor os casos. Se apenas o SUS realiza tantas cirurgias, a somatória com hospitais particulares aumenta assustadoramente, o que é preocupante para o país. Ainda segundo a OMS, a cada dois dias uma mulher morre ao tentar um aborto.
“Mas quem mandou engravidar, agora assuma o filho.” Quem diz isso esquece que falar sobre aborto também é falar sobre patriarcado, racismo, classe e machismo. Dessas mulheres que morrem, a grande maioria são pobres e negras. Uma menina rica pode pagar 7 mil reais para fazer um procedimento seguro, em alguma clínica clandestina, mas as que não têm dinheiro nem para criar o filho acabam por utilizar métodos perigosos que causam risco de vida. Além disso, a presença de homens em cargos políticos é brutalmente maior que o número de mulheres, que acabam sem nenhuma representatividade.
Esses dados ficam claros quando uma pesquisa de opinião realizada pelo IBOPE Inteligência, em fevereiro de 2017 revelam que 64% dos brasileiros entendem que a decisão sobre aborto deve ser exclusivamente da própria mulher. Apenas 1% atribui essa decisão ao Congresso Nacional. A legalização precisa ser discutida com mais atenção, afinal a bancada religiosa e machista dos “Senhores do Estado” mal sabem que 88% das mulheres que praticaram aborto declararam professar a fé católica, protestante, evangélica ou espírita, segundo a Pesquisa Nacional do Aborto de 2016.
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